Desligou, olhou ao redor e começou a ficar sem ar. Pessoas demais. Sol demais. “É gripe” Pensava. Deu a volta. Quando estava chegando, o telefone tocou novamente. “Alô” – Disse sem muita vontade. Era a senhora mais velha. “Mudei de idéia, venha, vou te esperar!”.
Desligou o celular e desta vez não olhou nada, apenas pensou: “merda, porra!” e continuou caminhando – novamente em direção a casa da senhora mais velha - enquanto isso, mentalizava todos os palavrões que conhece. Chegou. Não disse nada agressivo, controlou a irritação, pensava: “ela não tem culpa, a culpa é minha, é do mundo, de tudo, merda! Merda!”. Enquanto a senhora mais velha falava sobre o gato que apareceu no telhado na noite anterior, o pensamento continuava, “Talvez seja TPM, isso, talvez seja TPM e gripe!”
Saiu – finalmente – da casa da senhora mais velha. “vou pra casa e dane-se tudo e todos”. Assim que chegou percebeu um saco de papel na frente da porta. Um pouco mais calma, abriu o saco. Era merda. Não merda de ser humano nem de gato ou cachorro, nem merda de brincadeira, era merda de verdade, de vaca ou cavalo ou boi, não sabia ao certo. Mas era uma merda grande, meio mole e com pedacinhos de grama e capim seco que a enfeitavam como se fosse um arranjo de Natal.
Ficou olhando a merda por alguns instantes, com a mesma expressão de quem olha um defunto no velório. “Quem foi o puto?” Pensava. “Onde vou jogar isso?”. Olhou ao redor, pensou, olhou, pensou... “Foda-se! To com TPM e gripe”. E jogou a merda no mato da casa vazia do vizinho.
Saiu – finalmente – da casa da senhora mais velha. “vou pra casa e dane-se tudo e todos”. Assim que chegou percebeu um saco de papel na frente da porta. Um pouco mais calma, abriu o saco. Era merda. Não merda de ser humano nem de gato ou cachorro, nem merda de brincadeira, era merda de verdade, de vaca ou cavalo ou boi, não sabia ao certo. Mas era uma merda grande, meio mole e com pedacinhos de grama e capim seco que a enfeitavam como se fosse um arranjo de Natal.
Ficou olhando a merda por alguns instantes, com a mesma expressão de quem olha um defunto no velório. “Quem foi o puto?” Pensava. “Onde vou jogar isso?”. Olhou ao redor, pensou, olhou, pensou... “Foda-se! To com TPM e gripe”. E jogou a merda no mato da casa vazia do vizinho.
É. Hoje em dia é fácil rotular.
Um comentário:
blog lindo, aninha.
já tá lá nos meus favoritos.
beijo
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