Procuro uma concentração que não me cabe neste momento. Algumas pedras fora do lugar, cheiro forte e muito pó. É esta a imagem que tem me acompanhado nos últimos dias. Cores fortes, umidade. A música parou, restam hélices, choros.
Nada em mim costuma ser constante, principalmente meus pensamentos (acho que na verdade ninguém tem pensamentos constantes) e entre lamentos sussurrados, ouço gritos, gritos fortes, gritos de quem ainda acredita, ou ao menos, deseja (precisa) acreditar. Se convence. Me convence. Acaba por convencer a todos, mesmo que superficialmente. Não importa...
Da mesma forma que no fundo nos parece impossível, no fundo também nos parece já feito. Ainda hoje comentei: "nunca senti tão forte esta mistura de sentimentos, bons e ruins".
Pois penso: se a água foi tão forte, a ponto de envolver a mão do menino, a planta escorrida do jardim e o primeiro tijolo, imagine a liquidificação que ela fez com os pensamentos. E que pensamentos? É possível descrevê-los sem ser incoerente? Acredito que agora (pausa) muito menos.
O que tem me acompanhado é 'O Passado' do escritor argentino Alan Pauls. Não sei se acabo por sentir mais aperto, ou alívio, mas graças a concentração (lá do início), mal termino uma página e já retorno para o início da mesma. Um jeito de validar o título? Acredito que não. É a tal concentração (do início e da frase acima) que é levada em parte pelas águas que já secaram, e por fim, por paredes verde-argiladas, que teimam em cair.
Não sei se me disseram, ou se inventei, mas preciso concordar (mesmo que seja comigo) a aleatoriedade, ainda é bem melhor do que o silêncio.
Abraços!
2 comentários:
um sentimento estranho, um nó no peito, tudo e nada na cabeça.
mas vamos caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento.
:*
Seria legal vc participar desse Project report, hein, olha lá que é até 07 de dezembro:):)
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