A água ferve. Não é o único barulho pois consigo ouvir o cigarro queimando em cada tragada. O frio na pele só não é maior do que o frio do pensamento que não me deixa em paz. Sem forma, sem título, em branco. Melhor! Ele é cinza, cinza-escuro. Cinza-escuro com manchas de dedos, polegares e indicadores são os mais destacados. Não sei ainda o sabor do chá, mas a água continua fervendo; não mais do que o peito, que borbulha, aperta. Não é saudade, nem amor. Não é nada.
Desliguei a água. Não quero mais chá, não escolhi o sabor. E não sinto mais frio, nem calor. Não sinto nada. Não quero sentir nada. Hum. Mas eu sinto tudo. Eu sempre sinto tudo. Se bem que na verdade eu acho que só penso. É isso, eu penso e não sinto. Por enquanto pelo menos eu sei que é isso, talvez depois mude. Ou não, quem sabe seja sempre assim. Ou nunca foi. Preciso colocar a água pra ferver.
Desliguei a água. Não quero mais chá, não escolhi o sabor. E não sinto mais frio, nem calor. Não sinto nada. Não quero sentir nada. Hum. Mas eu sinto tudo. Eu sempre sinto tudo. Se bem que na verdade eu acho que só penso. É isso, eu penso e não sinto. Por enquanto pelo menos eu sei que é isso, talvez depois mude. Ou não, quem sabe seja sempre assim. Ou nunca foi. Preciso colocar a água pra ferver.
Um comentário:
Aninha, gosto de poesias que desnudam o poeta, que deixam a mostra sua sensibilidade.
"Coloque a água para ferver e beberemos juntas um chá de criatividade,onde voce é mestra"
Abraço,
Nane.
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